EFEITO SANFONA

 

Passei a minha vida nesse efeito sanfona. Só tá faltando tocar música de tanto que já sou expert.

No sábado de carnaval, me preparei para ir com a família para o acampamento da igreja, coisa que amo fazer nessa época. Estava no meu momento mais “esticado” da sanfona e pedindo a Deus que me desse uma solução pra isso, pois sozinha não dava mais.

Antes de entrar no carro, o porteiro me chamou e me entregou a Veja, e adivinhem o tema principal da revista? Efeito sanfona. Na hora, brinquei com minha cunhada dizendo que já estava recebendo “mensagem de Deus”.

Pois bem, ao chegar lá resolvi dar uma boa lida na revista sobre este tema, e descobri o óbvio: vive no efeito sanfona quem vive de dietas e exercícios passageiros. Ao atingir seu objetivo, começa a voltar para os velhos hábitos. Como se eu não soubesse disso, prova viva dessa “melodia”.

Mas mais do que isso, a matéria se aprofundava um pouco mais no tema e dava algumas dicas importantes. Vou citar uma parte da matéria para vocês entenderem:

“Atualmente, os pesquisadores acompanham 5 000 ex-obesos que perderam, no mínimo, 13 quilos e que preservam o novo peso há pelo menos um ano. Entre os voluntários, encontram-se os mais diversos perfis. Alguns levaram poucos meses para chegar ao peso desejado, outros precisaram de catorze anos para atingir sua meta. Uns encararam a guerra contra a balança sozinhos; outros, com ajuda profissional. Apesar de terem emagrecido de maneiras tão distintas, os participantes do NWCR cultivam as mesmas estratégias para manter o peso. Praticar uma hora de atividade física diariamente, tomar café da manhã todos os dias, fazer a maior parte das refeições em casa, não sair da linha nos fins de semana e pesar-se regularmente são algumas delas. "É um esforço e tanto, porque a vida moderna conspira contra os hábitos de vida saudáveis", diz o endocrinologista Walmir Coutinho, presidente eleito da Associação Internacional para o Estudo da Obesidade.”

“(...)As palavras-chave da manutenção do peso são flexibilidade, compensação e controle. É quase impossível conseguir manter por toda a vida a dieta que fez a pessoa emagrecer.”

“(...)A probabilidade de uma pessoa engordar depende 50% deles, em média.”

Claro que são frases de praxe, mas que se seguidas à risca, qualquer pessoa pode chegar e manter o peso desejado, uns em mais outros em menos tempo.

Mas o importante é que é necessário disciplina, motivação e dedicação para atingir o resultado.

Imagino que vocês estejam pensando por qual motivo falo sobre minha briga constante com o efeito sanfona. Mas vão entender melhor agora.

Sempre que inicio uma dieta, me restrinjo de alimentos, me proponho a fazer exercícios constantes, me disciplino a cumprir as regras. Sempre com o pensamento “não vejo a hora disso tudo acabar e eu sair pra comemorar que emagreci.” Motivação errada.

Ao atingir meu objetivo, fico uns meses, às vezes até uns anos com o peso ideal, mas logo retorno ao que era antes, me esvaziando de saúde e me enchendo de gordurinhas.

Unindo a leitura da matéria com o tempo que fiquei no acampamento, ouvindo a Palavra de Deus, orando e lendo, descobri que sofro de outro problema: o efeito sanfona do cristão.

O efeito sanfona do cristão é aquele que a pessoa vai a um acampamento, se esvazia de si mesmo e daquilo que não presta, de maus pensamentos, meus desejos, maus hábitos e ocupa este espaço com a palavra de Deus, saudável à nossa vida, ao ponto de sair do efeito sanfona e se tornar o “super cristão”.

O problema é que como estamos acostumados, assim como na dieta, passamos alguns meses, às vezes até anos se alimentando mais e mais de Deus, mas logo desistimos dessa “dieta Saudável” e nos estabelecemos à “alimentação gordurosa” que o mundo nos oferece. Motivação errada.

A motivação errada é aquela em que nos tornamos mais cristãos para mostrar aos outros que somos capazes, para provar a Deus que neste exato momento( nosso tempo), merecemos as bênçãos ( imediata, diga-se de passagem).

É quando entendemos que o agradar-se a si mesmo( perdoe-me pelo pleonasmo) é maior do que agradar à Deus.

Motivação errada= egocentrismo

Assim como em uma dieta ou reeducação alimentar, nada disso é segredo para o cristão. São regrinhas básicas.

Ao ler a matéria, entendi que o meu problema é a motivação errada, apenas agradar-se e conseguir atenção dos outros; entendi nesses quatro dias de retiro espiritual que tornar-se um cristão saudável é ter a motivação certa.

Me perguntei diversas vezes qual seria; e descobri, que os melhores momentos de minha vida, foram os que servi a Deus sem ninguém precisar saber, sem pedir aprovação dos outros, sem exigir de Deus algo em troca. Render graças a Deus todos os dias , sendo dia bom ou ruim, mas: “ Render graças ao Senhor porque Ele é bom, porque a Sua misericórdia dura para sempre( Salmos 136:1).

No acampamento entendi que minha frieza espiritual era a falta da motivação certa e que um avivamento precisava acontecer em minha vida.

Faziam 5 meses que não escrevia e fazem 5 meses que não cuido da minha saúde.

Busquei para os “efeitos sanfona” todos os tipos de dietas, mas sem sucesso. Desanimei, desisti, me revoltei, me escondi de todos e de Deus ( como se isso eu pudesse mesmo fazer). Pedi forças para sair dessa escuridão em que me encontrava, achando que Deus não estava me ouvindo.

Chorei, pedi socorro à algumas pessoas, mesmo sabendo que era de Deus que eu queria a atenção.

No tempo Dele, quando achei que nada mais iria acontecer, quando entendi que nem Ele poderia ( ou queria) mais resolver, a chegada daquela revista à caminho do retiro espiritual foi a luz que faltava para sair de onde estava.

O Efeito Sanfona pode ser combatido por completo, quando mudamos nossas motivações, nos esvaziamos da gordura do pecado e nos enchemos da Palavra saudável de Deus. Não por um momento mas constantemente, rotineiramente, se alimentando diversas horas por dia, praticando o exercício da Palavra de Deus e não buscando aprovações humanas.

Para que a música tocada seja diferente precisamos; assim como Pastor Robinson disse em uma de suas pregações; plantar sementes diferentes para colher frutos diferentes. Fazer a mesma coisa têm como conseqüência colher a mesma coisa.

Não mas fazer uma simples dieta mas uma transformação na forma de viver. Encher-se de Deus. que Ele seja o meu, o nosso Universo.